Territorialidades e Sistemas Agroalimentares em Contextos Tradicionais


Dedicada à temática da gestão ambiental e territorial de terras indígenas, terras de quilombo, Reservas Extrativistas (RESEX) e outras categorias de territórios tradicionais, como faxinais, fundos de pasto etc. Visa a realização de pesquisas que evidenciem os vínculos entre as dinâmicas territoriais e as formas de uso e manejo dos recursos naturais e, por meio do diálogo entre sistemas de conhecimento, investiguem:


a) formas de uso e apropriação do território como fonte geradora de renda e produtora de sementes e alimentos, as dinâmicas sociais de trabalho, produção e vida cultural, assim como o reflexo de diferentes relações entre natureza e cultura, contemplando as múltiplas identidades étnico-raciais;


b) categorias cognitivas locais (sistemas agrícolas e alimentares, plantas cultivadas dentre outros) e os processos culturais de construção do conhecimento tradicional, para o fortalecimento das estratégias locais de sustentabilidade e de segurança alimentar;


c) interfaces entre as práticas agroextrativistas locais e políticas/projetos de gestão ambiental e territorial, de conservação da (agro)biodiversidade e de desenvolvimento econômico, evidenciando as metodologias e instrumentos com vistas à autonomia e protagonismo de PCTs na gestão ambiental e territorial;


d) diferentes relações sociais e de adequação sociotécnica para a gestão de empreendimentos econômicos solidários para o uso de produtos e serviços da sociobiodiversidade, políticas públicas e programas governamentais associados;


e) o Estado e os governos na relação com os territórios tradicionais, modelos de desenvolvimento e conflitos socioambientais, políticas públicas e programas governamentais voltados à sustentabilidade de povos indígenas e/ou comunidades tradicionais.


Sustentabilidade, Epistemologias e Práticas Interculturais


Dedicada à discussão de experiências vivenciadas em contextos comunitários e à produção de conhecimento teórico e metodológico orientado pela articulação simétrica entre sistemas de conhecimento científicos e tradicionais que visem a sustentabilidade dos territórios, em um sentido amplo. Investiga a produção de conhecimentos não-hegemônicos, enfatizando as experiências interculturais que historicamente resultaram em alianças entre povos e comunidades tradicionais. Do ponto de vista epistemológico são estimuladas pesquisas que visem:

 

a) o uso de perspectiva teórica interdisciplinar interpretada segundo categorias formuladas pelas próprias comunidades;


b) instrumentalizar a perspectiva autobiográfica como estratégia metodológica para a ação política;


c) contemplar experiências narrativo-ontológicas como insurgência comunicativa na academia;


d) enfatizar a elaboração de formas de autoria coletiva e trabalhos colaborativos como produção de conhecimento e


e) a compreensão das singularidades dos processos de educação intercultural e das proposições de pedagogias engajadas em contextos tradicionais. Sob a perspectiva das práticas interculturais discute: as interseccionalidades, heterogeneidades, deslocamentos, pluralidades de modos de vida, práticas educativas de coletivos étnico-raciais, processos de identificação política e marcadores sociais da diferença, além das formas de mobilização social, no passado e no presente.