Histórico
O MESPT teve origem em 2009, com a criação de nova Área de Concentração no âmbito do Programa de Pós-Graduação Profissional em Desenvolvimento Sustentável (PPG-PDS), no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS). A criação da área intitulada Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais permitiu a modelagem dessa iniciativa pioneira para a formação em nível de pós-graduação de profissionais oriundos de contextos comunitários abarcados pela categoria Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) e de outros profissionais aliados que atuam junto a PCTs em posições institucionais diversas (órgãos do poder executivo e judiciário, organizações da sociedade civil e movimentos sociais).
A primeira seleção no âmbito desta iniciativa – que passou a ser conhecida como Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT) – foi realizada em 2011, focalizando a temática indígena. A primeira turma foi composta por 14 indígenas e 12 profissionais não-indígenas. Desses 26 estudantes, 23 foram titulados em 2013, encerrando o primeiro ciclo de experimentações e aprendizagens do MESPT.
Em 2015, o MESPT iniciou o seu segundo ciclo de experimentações e aprendizagens com a seleção de uma nova turma, composta por 30 estudantes e uma maior diversidade de perfis, incluindo, além de indígenas e profissionais aliados, quilombolas, geraizeiros, um pomerano e duas maroons do Suriname.
Nos anos de 2016 e 2017, foram realizados outros dois processos seletivos para a composição da terceira e quarta turmas, com uma crescente diversidade de perfis acolhidos pela iniciativa (pescadores artesanais, retireiros, ciganos, comunidades de terreiro entre outros). No conjunto, essas duas turmas integraram 38 estudantes.
O grande número de candidaturas submetidas a cada um dos quatro editais de seleção abertos indica haver uma demanda reprimida para formação, em nível de pós-graduação, para profissionais desse campo de atuação - 154 candidaturas em 2011, 190 em 2015, 59 em 2016 e 103 em 2017. As seleções ao longo desses anos têm tido alcance nacional, de modo que as turmas são compostas por estudantes que vêm de todas as regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), além de diferentes contextos comunitários e institucionais.
Os egressos do MESPT têm seguido trajetórias diversas, havendo aqueles que ingressaram em cursos de doutorado, os que seguiram em seu exercício profissional ou se reposicionaram institucionalmente, mas em todos os casos esses sujeitos têm buscado repercutir a formação recebida e/ou aplicar os conhecimentos produzidos em seus contextos de atuação profissional – sejam esses o de associações comunitárias, organizações de assessoria, movimentos sociais ou órgãos de governo. Muitos também têm comunicado seus resultados de pesquisa/intervenção em congressos e por meio de publicações, como capítulos de livro e artigos em periódicos.
Em dezembro de 2017, a CAPES aprovou proposta de refundação do MESPT, agora como um programa de pós-graduação específico, interdisciplinar e interunidades – ou seja, envolvendo 4 unidades acadêmicas da Universidade de Brasília – a fim de realizar plenamente as potencialidades dessa iniciativa e consolidá-la como referência pioneira na inclusão de PCTs na pós-graduação brasileira.