Vida longa ao MESPT!

 

O MESPT está em festa, com a notícia de que fomos agraciados como coletivo vinculado a este Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais, ao Prêmio de Direitos Humanos Anísio Teixeira, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Universidade de Brasília. Hors concours”, nos termos da comissão responsável pelo prêmio, é uma definição “usada para caracterizar iniciativas que não competem com as demais por fatores como maior investimento, alcance, complexidade e infraestrutura, por exemplo”. Para nós, se traduz naquilo que nos caracteriza como um lugar-tempo de insurgências, e por isso mesmo, de enquadramentos não convencionais. Chiquérrimo! Na mesma edição, no Prêmio Mireya Suárez, uma iniciativa parceira do MESPT, as “Oficinas de Direitos Indígenas e de Audiovisual no ATL 2022” - coordenada por dois egressos deste PPG, Carolina Rodrigues e Gilmar Galache, este último representando a ASCURI/ Associação Cultural de Realizadores Indígenas -, foi também premiada. O reconhecimento duplo, oriundo de um prêmio voltado a iniciativas que contribuem com a pauta dos direitos humanos, se torna ainda mais relevante quando lembramos que esta categoria, ainda tão recentemente popularizada, foi atacada e distorcida no caos político que tomou conta de nosso país nestes quatro últimos anos. Portanto, a notícia que nos chega é um alento. E nos permite esperançar de forma ativa. É a sinalização de que a UnB representa, desde sempre, ventos de resistência e respeito à pluralidade, mesmo diante de contextos adversos. É  ainda mais relevante porque nos mostra que estamos em um caminho de justiça epistêmica e contribuindo para construir uma outra universidade, esta que acreditamos: antirracista e anti-elitista, que caminha lado-a-lado com povos indígenas, territórios quilombolas, comunidades tradicionais e movimentos sociais. Aqui, aprendemos de forma recíproca, experimentamos inovações e produzimos conhecimentos de forma criativa e sensível. Por isso, devemos reconhecer sem modéstia o mérito do que fizemos e continuaremos a fazer nesta comunidade acadêmica.  É momento de celebrar e nos orgulhar desta construção, que é coletiva e feita a partir de múltiplas alianças que se apresentam ao longo do caminho. Portanto, estes são prêmios que devem ser celebrados como seus, por cada uma e cada um daqueles que se reconhecem como pertencentes a essa nossa comunidade ampliada de docentes e estudantes: atuais, egressas e aliadas externas. Nada seria possível, ou não seria tão bonito, sem a presença cuidadosa da professora Mônica Nogueira, que atuou de forma incansável nestes doze anos, sendo fonte de entusiasmo e tantas vezes, nosso crivo ético, político e afetivo. Em nome de toda a comunidade mesptiana, nós, professoras Cristiane Portela e Stéphanie Nasuti, coordenadoras da atual gestão, dedicamos este prêmio a todas as pessoas que construíram esta trajetória coletiva, e também àquelas que ainda se somarão a nós. Juntas, somos sementes contrahegemônicas!

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